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Serra da Piedade
Caeté -
MG , Lat.:
-19.822778702 Long.:
-43.675617218
Última alteração: 16/11/2023 11:14:54
Última alteração: 16/11/2023 11:14:54
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
240
Valor Educativo:
350 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
345 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
250 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Serra da Piedade |
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Título Representativo: | Patrimônio Geológico, Histórico e Religioso de Minas Gerais |
Classificação temática principal: | Paleoambiental |
Classificação temática secundária: | Sedimentologia |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 129 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Quadrilátero Ferrífero - MG) |
Localização
Latitude: | -19.822778702 |
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Longitude: | -43.675617218 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 1746 m |
Estado: | MG |
Município: | Caeté |
Distrito: | |
Local: | Divisa dos municípios de Sabará e Caeté |
Ponto de apoio mais próximo: | Cidade de Caeté |
Ponto de referência rodoviária: | saindo de Belo Horizonte (Rodoviária estação São Gabriel) |
Acesso: | Partindo de Belo Horizonte pela rodovia BR-381, após percorrer 37 quilômetros, no trevo para a cidade de Caeté, segue por mais 6km até o próximo trevo que dá acesso a Serra da Piedade. Depois, passa por uma portaria e segue por mais 5,5km até o topo da serra. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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A Serra da Piedade possui belíssimos afloramentos de itabirito da Formação Cauê que indicam importantes mudanças na composição da atmosfera terrestre no início do Proterozoico e estruturas de deformação relacionadas com os eventos tectônicos que deram origem ao arcabouço estrutural do Quadrilátero Ferrífero. É um importante sítio geológico que retrata à evolução geo-ecológica da Terra no limite Arqueano-Paleoproterozoico e também marco-guia dos primeiros bandeirantes que chegaram à região por volta de 1673, fascinados com a lenda indígena do Sabarabuçu, a qual atribuía a existência de prata na serra reluzente, estimulando várias expedições em busca do metal precioso. A partir de 1760, a serra tornou-se um referencial religioso com a construção do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade. Seu valor científico e paisagístico foi reconhecido ainda no século XIX através dos relatos de viajantes, tais como, Saint-Hilaire, Spix, Martius e Eschwege. Em 1956, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) tombou parte do conjunto paisagístico e arquitetônico da Serra da Piedade. Em 2005, foi realizado outro tombamento com um perímetro maior pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG). |
Abstract |
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Serra da Piedade ( or Piedade Mountain) has beautiful outcrops of itabirite from the Cauê Formation that indicate important changes in the composition of the earth's atmosphere in the early Proterozoic and deformation structures related to the tectonic events that gave rise to the structural framework of the Iron Quadrangle. It is an important geological site that reflects the geo-ecological evolution of the Earth in the Archean-Paleoproterozoic limit and also a guide-mark of the first pioneers who arrived in the region around 1673, fascinated by the Sabarabuçu indigenous legend, which attributed the existence of silver in the glittering mountain range, stimulating several expeditions in search of the precious metal. From 1760 onwards, the mountain became a religious landmark with the construction of the Nossa Senhora da Piedade Basilica Sanctuary. Its scientific and landscape value was recognised still in the 19th century through the reports of travellers such as Saint-Hilaire, Spix, Martius and Eschwege. In 1956, the National Historical and Artistic Heritage Institute (IPHAN) declared part of the landscape and architectural complex of Serra da Piedade officially protected. In 2005, the State Institute of Historical and Artistic Heritage (IEPHA-MG) made another protected area with a larger perimeter. |
Autores e coautores |
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Autores da Proposta do Geossítio do SIGEP Úrsula Ruchkys de Azevedo - Instituto de Geociências (UFMG) Friedrich Ewald Renger - Instituto de Geociências(UFMG) Carlos Maurício Noce - Instituto de Geociências (UFMG) - "In memorian" Maria Márcia M. Machado - Instituto de Geociências(UFMG) Avaliação Quantitativa: José Adilson Dias Cavalcanti - Serviço Geológico do Brasil - SGB |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | Formação Cauê |
Outros: | |
Rocha Predominante: | Itabirito |
Rocha Subordinada: | Laterita |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
A Serra da Piedade, com elevação de 1.746 metros, faz parte do conjunto da Serra do Curral, que se estende por cerca de 100 km e que recebe diversas denominações locais, tais como, Serra Azul, Fecho do Funil, Itatiaiuçu, Três Irmãos, Serra do Rola Moça, Serra da Piedade, dentre outras. A serra marca o limite setentrional do Quadrilátero Ferrífero, sustentada morfologicamente por itabiritos (formações ferríferas bandadas metamorfisadas) da Formação Cauê (Grupo Itabira) e canga laterítica ferruginosa que resultou do intemperismo dos próprios itabiritos. Os afloramentos de itabirito exibem belíssimas estruturas sedimentares e de deformação, muito expressiva em termos didáticos e científicos. Na interface entre o itabirito e a canga é comum a formação de pequenas cavernas. Dorr (1969) apresentou a interpretação de uma estrutura desmembrada por falhas e em grande parte envolvida por um granito mais jovem, na extremidade leste da Serra da Piedade. As formas sinclinais maiores com anticlinais longitudinais menores no meio, não são características incomuns no Quadrilátero Ferrífero. Inúmeros exemplos são encontrados no distrito de Itabira, no Sinclinal Moeda, e em outros lugares. O pequeno anticlinal logo ao norte da Serra da Piedade pode ser o início de tal anticlinal longitudinal subsidiário dentro do Sinclinal da Piedade. E, se assim fosse, o anômalo bloco de tendência nordeste cercado de granito, poderia ser explicado como sendo os restos do limbo sul do anticlinal dobrado na forma de uma cruz. Na serra também é possível estudar o relevo da região, pois permite a observação de grandes áreas do QF. Em certos locais na serra, os itabiritos se encontram recobertos por uma superfície de canga ajudando a sustentar o relevo. Suas características geográficas transformaram a serra em uma zona de recarga de aquíferos da região com inúmeras nascentes e o desenvolvimento de uma rede de drenagem que alimenta o Rio das Velhas (Dias & Marques 2014). No entorno da Serra da Piedade, o itabirito estava sendo lavrado, o que tem causando conflitos entre as empresas de mineração e o patrimônio natural. Atualmente existe um projeto de recuperação da área da antiga Mina do Brumado, proposto pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Minas Gerais (MPE), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Agência Nacional de Mineração (ANM) e a AVG Empreendimentos Minerários Ltda., em comum acordo com o Instituto Estadual de Floresta (IEF) e Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). O projeto está previsto para ser finalizado em 15 anos. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Não se aplica. |
Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: Regional (dinamotermal) |
Facie Metamorfismo: Xisto verde |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: | Dúctil / Rúptil |
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Regime Tectônico: | Compressional |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR7b - Degraus estruturais | |
FR7c - Escarpas | |
FR7c2 - Escarpas estruturais | |
FR8c - Razor-backs (cristas isoclinais) | |
FR8e - Facetas trapezoidais ou triangulares | |
FR8g - Sinclinais suspensas | |
FR11d - Serra | |
FR11e - Linha de Cumeada | |
FR11f - Crista | |
FR13a - Cangas e crostas lateríticas | |
FR12e - Caverna | |
FR12n - Abrigo sob rocha |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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CONTEXTO GEOLÓGICO O contexto geológico do Quadrilátero Ferrífero é caracterizado pela presença de dois domínios de idade arqueana representados por terrenos granito-gnáissicos e pelo greenstone belt Rio das Velhas, e uma sequência metassedimentar com formações ferríferas bandadas de idade paleoproterozoica, do Supergrupo Minas. A deposição das formações ferríferas, conhecidas como BIF’s (Banded Iron Formation), se deu globalmente, sobretudo entre 2,5 e 2,0Ga, correspondendo, a cerca de, 15% do volume total das rochas sedimentares do Proterozoico. As BIF’s do Paleoproterozoico são do “Tipo Lago Superior”, constituídas por rochas com laminação milimétrica a centimétrica, que resultou da precipitação química rítmica de ferro e sílica (e/ou carbonato), devido ao aumento do oxigênio na paleoatmosfera. Raramente contém material clástico; são associadas com chert, dolomito, quartzito, argilito e rochas vulcânicas. As BIF´s contém muitos corpos de minério de hematita compacta de origem hidrotermal (Rosière et al., 2005). O dobramento da sequência é de idade paleoproterozoica, há ca. De 2,1Ga (Alkmim & Marshak, 1998). O Grupo Itabira, a unidade média do Supergrupo Minas, é composto por duas sequências e contado gradacional. Na base, a Formação Cauê é composta por formações ferríferas bandadas, xistos carbonáticos, mármores ferruginosos e raras intercalações de rochas vulcânicas intermediárias a máficas. No topo, a Formação Gandarela que é uma sequência essencialmente carbonática (Formação Gandarela) com idade de 2,42Ga (Babinsky et al. 1995). Separado da Formação Gandarela por uma discordância erosiva, o Grupo Piracicaba é composto por metaconglomerados e quartzitos ferruginosos, que gradam para metapelitos e xistos carbonosos, sendo representando as formações Cercadinho, Fecho do Funil, Taboões e Barreiro. FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS As formações ferríferas bandadas são a principal fonte de minério de ferro e particularmente importantes para a compreensão da evolução da atmosfera terrestre, da composição química dos oceanos e da emergência da vida em nosso planeta (Spier et al., 2007). As formações ferríferas do Supergrupo Minas no Quadrilátero Ferrífero estão concentradas na Formação Cauê (Dorr II, 1958) do Grupo Itabira (Harder & Chamberlin, 1915). Essas formações ferríferas do Paleoproterozoico foram depositadas em um ambiente rift que evoluiu para uma plataforma continental, sendo classificadas como "Lago Superior" por Gross (1980). Vários processos geológicos atuaram sobre estas rochas modificando as características originais dos sedimentos, resultando em um BIF metamorfoseado e oxidado denominado de Itabirito (Spier, 2005). A Formação Cauê é composta por formações ferríferas bandadas com intercalação de lentes e camadas de filito sericítico, filito dolomítico e mármore. Em menor proporção ocorrem rochas vulcânicas félsicas e piroclásticas, com espessuras de poucos metros até 70m. A Formação Cauê pode atingir 250m de espessura, VALOR PAISAGÍSTICO E HISTÓRICO De acordo com Ruchkys et al. (2012), a Serra da Piedade tem sua história estreitamente ligada ao bandeirismo no Brasil e à consequente ocupação do território mineiro, sendo um dos mais significativos referenciais paisagísticos, junto com os picos de Itabira e do Itacolomi, utilizados pelos primeiros bandeirantes que viajaram pela região a procura do lendário Sabarabuçu. Foram os remanescentes da bandeira do Fernão Dias que localizaram os ricos depósitos de ouro aluvionar do Rio das Velhas no sopé desta serra, dando início ao primeiro rush do ouro da história que levou à formação territorial das Minas Gerais. O início da ocupação de Minas Gerais se deu desde meados do século XVII pelas expedições pesquisadoras de metais nobres e pedras preciosas. O governo da metrópole, cada vez mais empenhado na descoberta destas riquezas, cuja existência nos sertões se achava convencido, estimulou as entradas no sertão por cartas régias enviadas aos aventureiros prometendo prêmios e honrarias àqueles que descobrissem estes tesouros da natureza. O Pico da Serra da Piedade serviu de guia durante estas pesquisas por ser avistado de quase toda parte. A expedição que saiu em busca da serra, supostamente rica em prata e esmeraldas, foi a bandeira de Fernão Dias Paes Leme que partiu de São Paulo em julho de 1674, composta por mais de trinta paulistas, entre eles seu imediato Matias Cardoso de Almeida, o genro Manuel de Borba Gato, e o filho, Garcia Rodrigues Paes, além de muitos índios. Em 1701, esteve na região o governador do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Meneses, em sua primeira viagem a Minas Gerais. Ao avistar a Serra da Piedade, questionou Borba Gato sobre a existência de esmeraldas e prata. Mesmo com a informação da não existência destes minerais, o governador designou de forma imprópria e apressada de Sabarabuçu a futura cidade de Sabará, sendo a Serra da Piedade também conhecida por este nome durante algum tempo (Vasconcellos, 1946). Mesmo sem ter encontrado prata ou esmeraldas, a expedição foi importante pela descoberta de ouro decorrente das pesquisas de Borba Gato e Garcia Rodrigues Paes no Rio das Velhas e seus afluentes. Segundo Renger (2006) a notícia da descoberta do ouro se espalhou entre os paulistas que aos poucos se deslocaram para as novas minas, nas últimas décadas do século XVII, quando se multiplicaram os achados de ouro. |
Bibliografia |
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Alkmim, F.F.; Marshak, S. 1998. The Transamazonian orogeny in the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil: Paleoproterozoic collision and collapse in the southern São Francisco Craton region. Precambrian Research, v. 90: 29-58. Alves, B.P. 1969. Mapa Geológico da Quadrícula de Serra da Piedade, Minas Gerais, Brasil. USGS-DNPM. Bueno, M.E.T. 1992. Geografia da Serra da Piedade. In: Duarte,R.H. (org.) Serra da Piedade. Belo Horizonte: CEMIG, 136 p. Babinsky, M; Chemale, F.; Van Schumus, W.R. 1995. The Pb/Pb age of the Minas Supergroup carbonate rocks, Quadrilátero Ferrífero, Brazil. Precambrian Research 72, 235–245. CPRM, 2014. Mapa Geológico do Estado de Minas Gerais, Escala 1:1.000.000. Formato Digital. Disponível em: http://www.portalgeologia.com.br/index.php/mapa. Dias, C.M.; Marques, R.S. 2014. Conjunto Paisagístico da Serra da Piedade, 128. Guia de Bens Tombados, Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - IEPHA-MG, p. 255-260. Dorr II, J.V.N. (1958). The Cauê Itabirite. Bulletin of the Brazilian Geological Society. Symposium on the Stratigraphy of the Minas Series in the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil, 7 (2), 61-62. Dorr, J.V.N.II 1969. Physiographic, stratigraphic and structural development of the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais: U. S. Geological Survey Professional Paper 641-A, 110p. Duarte, R.H. 1992. História da Serra da Piedade. In: Duarte, R.H. (org.) Serra da Piedade. Belo Horizonte: CEMIG, 136 p. Eschwege, W.L.von 1832. Beiträge zur Gebirgskunde Brasiliens. Berlin: Reimer, 488p. Gross, G.A. (1980). A classification of iron formations based on depositional environments. Canadian Mineralogy, 18, 215-222. Harder, E.C., & Chamberlin, R.T. (1915). The geology of Central Minas Geraes, Brazil. J. Geol., Chicago, 23 (4), 341-78; (5), 385-424. Renger, F.E. 2005. Recursos minerais, mineração e siderurgia [da bacia do Rio das Velhas] In: Goulart, E. M. A. e Lisboa, A. H. (Org.) Navegando o Rio das Velhas das minas aos gerais. Belo Horizonte: Instituto Guaicuy - SOS Rio das Velhas/Projeto Manuelzão/UFMG, vol. 2, p. 264-289. Renger, F.E. 2006. Os Quintos do Ouro. História Viva – Temas Brasileiros (São Paulo), p. 40 - 43, 15 jun. 2006. Renger, F.E.; Noce, C.M.; Romano, A.W.; Machado, N. 1994. Evolução sedimentar do Supergrupo Minas: 500 Ma de registro geológico no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Geonomos, v. 2/1: 1-11. Rosière, C.A.; Renger, F.E.; Piuzana, D.; Spier, C.A. 2005. Pico de Itabira, Minas Gerais - Marco estrutural, histórico e geográfico do Quadrilátero Ferrífero. In: Winge, et al. (Edit.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Publicado na Internet em 21/6/2005 no endereço http://www.unb.br/ig/sigep/sitio042/sitio042.pdf. Ruchkys, U.A; Machado, M.M.M.; Castro, P.T.A.; Renger, F.E.; Trevisol, A.; Beato, A.C. 2012. Geoparque Quadrilátero Ferrífero – Proposta. In: Schobbenhaus & Silva, 2012. Geoparques do Brasil – Propostas. Volume 1, CPRM, p.183-220. Ruchkys, U.A; Machado, M.M.M. 2013. Patrimônio geológico e mineiro do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais – Caracterização e iniciativas de uso para educação e geoturismo. Boletim Paranaense de Geociências, 70: 120-136. Ruchkys, U.A.; Noce, C.M.; Schobbenhaus, C.; Magalhães-Gomes, B.P. 2006. Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais: Um potencial candidato a Geoparque. 43 Congr. Bras.Geol. (Aracaju), Anais, p. 91 (Simp. 17). Ruchkys, U.A.; Renger, F.E.; Carlos Maurício Noce, C.M.; Machado, M.M.M.. 2009. Serra da Piedade, Quadrilátero Ferrífero, MG - Da lenda do Sabarabuçu ao patrimônio histórico, geológico, paisagístico e religioso. SIGEP - 129. In: Winge et al. 2009 (Eds.), Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil, Volume 2. SIGEP-DNPM-CPRM, p.203-212. Ruchkys, U.A.; Renger, F.E.; Noce, C.M.; Magalhães-Gomes, B.P.; Machado, M.M.M. 2006. A Serra da Piedade e sua importância como patrimônio geológico, histórico, turístico e religioso de Minas Gerais. 43 Congr. Bras. Geol. (Aracaju), Anais, p. 261 (Simp. 17, Painel 383). Claussen, P. 1841. Notes géologiques sur le province de Minas Geraes, au Brésil. Ac. Sc. et Beaux Artes (Bruxelles), 5: 322-344. Rugendas, J.M. 1835. Voyage pittoresque dans le Brésil. Tradução em português: Viagem pitoresca através do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1979 (8.ed.), 288p. Saint-Hilaire, A. (1838) Voyage dans l’interieur du Brésil: Voyage dans le district des diamants et sur le littoral du Brésil. Tradução de L. de A. Pena: Viagem pelo distrito dos diamantes e litoral do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUSP, 1974, 233 p. Santos-Pires, A.O. 1902. A Serra da Piedade. Rev. Arqu. Publ. Min. vol. 7: 813-826. Scliar, C. 1992. Geologia da Serra da Piedade. In: Duarte,R.H. (org.) Serra da Piedade. Belo Horizonte: CEMIG, 136 p. Spier, C.A., Oliveira, S.M.B., Sial, A.N., & Rios, F.J. (2007). Geochemistry and genesis of the banded iron formations of the Cauê Formation, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil. Precambrian Research, 152, 170-206. Spier, C.A. 2005. Geoquímica e gênese das formações ferríferas bandadas e do minério de ferro da Mina de Águas Claras, Quadrilátero Ferrífero, MG. Universidade de São Paulo, tese de doutorado, 264p. Vasconcellos, S. 1946. Origem e fundação do Sabará. Rev. Inst. Hist. Geogr. Minas Gerais, vol. 2: 178-188. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Conjunto Paisagístico da Serra da Piedade (Estadual) | UC de Proteção Integral | Monumento Natural |
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Monumento Natural Estadual Serra da Piedade (Estadual) | UC de Proteção Integral | Monumento Natural |
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Proteção Indireta
APP (Área de Proteção Permanente): | Inserida na área de Proteção Ambiental da Região metropolitana de |
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Relatar: | |
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Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / Estadual |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Extrema |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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A Serra da Piedade é um atrativo turístico e religioso da região metropolitana de Belo Horizonte em função da beleza da paisagem e seus aspectos religiosos. Proporciona uma complexa vista do relevo da região, podendo inclusive observar grande parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Devido a suas grandes altitudes, possui um clima frio característico, que é outro atrativo. A serra é um monumento geológico e geomorfológico dos mais importantes do Quadrilátero Ferrífero. Além disso, possui rica biodiversidade com vegetação de cerrado, mata atlântica e o endêmico campo rupestre ferruginoso (IEF). |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é um bom exemplo para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como local-tipo secundário, sendo a fonte de um parastratótipo, unidade litodêmica ou de um parátipo | 2 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 3 ou 4 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 2 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
Valor Científico | 240 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos | 3 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 500 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 3 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal e com controle de acesso | 1 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com 100-250 habitantes por km2 | 2 |
Risco de Degradação | 250 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas apenas ocasionalmente | 3 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse com infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.), rede de comunicações móveis e situado a menos de 10 km de serviços de socorro | 4 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com 100-250 habitantes por km2 | 2 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 20 km do local de interesse | 3 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas do país, mostrando aspectos geológicos | 4 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem mais de 5 tipos de elementos da geodiversidade (mineralógicos, paleontológicos, geomorfológicos, etc.) | 4 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com pelo menos o dobro do IDH que se verifica no estado | 4 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 10 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 3 |
Valor Educativo | 350 | |||
Valor Turístico | 345 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
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Valor Científico: | 240 |
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Valor Educativo: | 350 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 345 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 250 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a curto prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a médio prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - Monumento Natural |
Justificativa: | Há muito, a Serra da Piedade é um referencial religioso para muitas pessoas que fazem peregrinações para lá todos os anos. Sua vocação mística iniciou-se com uma lenda. Segundo Santos Pires (1902), a “muda da Penha” foi uma menina, filha de piedosa família e muda de nascença, que tendo visto no alto da Serra da Piedade aparecer a Virgem Santíssima com Jesus nos braços voltou a falar imediatamente. A lenda da aparição da Virgem foi motivo para um perseguido político do Marques de Pombal, o irmão Antônio da Silva Bracarena, iniciar, em 1767, a construção de uma capela para a qual foi trazida de Portugal uma imagem de Nossa Senhora da Piedade. O valor religioso da Serra fez com que, em novembro de 1958, o Papa João XXIII consagrasse a imagem do Santuário de Nossa Senhora da Piedade como Padroeira do Estado de Minas Gerais. Todo ano, entre 15 de agosto e 7 de setembro, acontece o jubileu em sua homenagem reunindo milhares de fiéis no alto da Serra da Piedade. O “Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Santuário de Nossa Senhora da Piedade” foi tombado pelo IPHAN em 26/09/1956, o que levou segundo Scliar (1992), frei Rosário Joffily, responsável pelo Santuário da Serra da Piedade, a escrever ao Diretor do Patrimônio Histórico Nacional, pedindo a suspensão das atividades de extração de minério de ferro. O Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) acolheu o pedido do Patrimônio Histórico Nacional, em oficio de 15 de julho de 1957 a frei Rosário, comunicando que “... relativo à inscrição das terras de propriedade deste Santuário no Livro do Tombo e dos estragos que os trabalhos de mineração ... vêm causando à referida propriedade, comunico V.Sa. que o aludido concessionário foi intimado a paralisar imediatamente os trabalhos que vem realizando ...”. Em 2005, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG) concluiu o tombamento da Serra da Piedade como monumento natural, arqueológico, etnográfico e paisagístico com uma área de cerca de 2000 hectares. A área abrange além do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, o Observatório Astronômico da UFMG e os radares do Cindacta, que controlam o espaço aéreo da região. A delimitação do monumento natural abrange mais de 80 nascentes, com mananciais que garantem abastecimento das populações de Sabará, Caeté e Morro Vermelho. |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -19.82639538909212 e Longitude: -43.71363036711462 |
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Ponto 2: | Latitude: -19.81840162744753 e Longitude: -43.69921577435317 |
Ponto 3: | Latitude: -19.817432659326226 e Longitude: -43.69415350665721 |
Ponto 4: | Latitude: -19.818240133170754 e Longitude: -43.68823322748732 |
Ponto 5: | Latitude: -19.813741297397026 e Longitude: -43.677213909823365 |
Ponto 6: | Latitude: -19.813141442928146 e Longitude: -43.67075430990374 |
Ponto 7: | Latitude: -19.813625940801977 e Longitude: -43.665348837618204 |
Ponto 8: | Latitude: -19.814756430100473 e Longitude: -43.66225999631217 |
Ponto 9: | Latitude: -19.817663365677337 e Longitude: -43.662603200901735 |
Ponto 10: | Latitude: -19.822185159820776 e Longitude: -43.66526303647082 |
Ponto 11: | Latitude: -19.825414934028565 e Longitude: -43.66895248580856 |
Ponto 12: | Latitude: -19.82735276704823 e Longitude: -43.67161232137764 |
Ponto 13: | Latitude: -19.828563900685474 e Longitude: -43.67504436727322 |
Ponto 14: | Latitude: -19.827272024477537 e Longitude: -43.68096464644308 |
Ponto 15: | Latitude: -19.826706825333932 e Longitude: -43.685168902665154 |
Ponto 16: | Latitude: -19.826706825333932 e Longitude: -43.69005956806636 |
Ponto 17: | Latitude: -19.826706825333932 e Longitude: -43.69366321625673 |
Ponto 18: | Latitude: -19.826787568191826 e Longitude: -43.69709526215231 |
Ponto 19: | Latitude: -19.824688240554206 e Longitude: -43.70095631378482 |
Ponto 20: | Latitude: -19.82735276704823 e Longitude: -43.70782040557599 |
Ponto 21: | Latitude: -19.828402416733862 e Longitude: -43.710823445734604 |
Ponto 22: | Latitude: -19.828079448338343 e Longitude: -43.71545670769364 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | [email protected] |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |
Revisor
Nome do Revisor: | Supervisor de consistência |
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Avaliação: | Reprovado |
Data: | 12/09/2022 09:44:34 |
Nome do Revisor: | Andreá Trevisol (revisão) |
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Avaliação: | Reprovado |
Data: | 13/09/2022 10:21:49 |
Nome do Revisor: | O Avaliador optou pelo anonimato |
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Avaliação: | Reprovado |
Data: | 03/11/2023 10:21:25 |
Nome do Revisor: | O Avaliador optou pelo anonimato |
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Avaliação: | Reprovado |
Data: | 03/11/2023 11:09:54 |